Cristo Demonstrado na Propagação da Verdade no Mundo
Cap. 4:2-6 – Na seção
anterior as exortações eram para grupos específicos de indivíduos, mas agora elas
se ampliam para os crentes em geral. As exortações aqui têm a ver com o apoio
dos santos à divulgação da verdade por meio da oração e da conduta piedosa.
Eles são encorajados a orar pelas coisas em geral, e particularmente pelos
servos do Senhor em seu trabalho de comunicar a verdade, e também que os santos
manteriam um testemunho apropriado para com os perdidos.
Paulo diz: “Perseverai em oração, velando nela com
ação de graças” (v. 2). Muitas vezes oramos por algo, mas desistimos. Isto
não é bom. O Senhor ensinou que os homens devem “orar sempre, e nunca desfalecer” (Lc 18:1). Já foi dito que
precisamos orar tanto quanto precisamos respirar! A alma floresce na atmosfera
de oração, mas definha sem ela. Perseverar na oração não significa que devemos
insistir com Deus em relação a algo que queremos e persistir em pedir até que
Ele nos dê o que estamos pedindo. Isso manifesta um espírito não quebrado que
insiste em ter seu próprio caminho. Se essa é a nossa atitude, para nos ensinar
uma lição, Deus pode nos conceder o nosso pedido, mas enviar magreza às nossas
almas com ele (Sl 106:15). Tiago nos diz que, em todas as nossas orações,
devemos acrescentar: “Se o Senhor quiser”
(Tg 4:15; Mt 26:39). Isso manifesta um espírito de submissão à vontade divina e
um reconhecimento de que, em última análise, queremos a Sua vontade no assunto.
“Velando nela” é observar a resposta
do Senhor aos nossos pedidos de oração. Isso manifesta fé. Fazê-lo “com ação de graças” manifesta
confiança no Senhor. É dizer: “Qualquer coisa o que o Senhor der como resposta
(seja ‘sim’ ou ‘não’), sei que será o melhor para mim, por isso vou me
regozijar e dar graças mesmo antes de Ele fazer Seu pensamento conhecido”.
Como mencionado, mais especificamente,
Paulo desejou as orações dos santos pelo trabalho de divulgar a verdade. Ele
diz: “para que Deus nos abra a porta da
palavra, a fim de falarmos do Mistério de Cristo” (v. 3).
Vs. 5-6 – Quanto à sua
conduta, ele disse: “Andai com sabedoria
para com os que estão de fora, remindo o tempo. [oportunidades – JND] vossa
palavra seja sempre agradável [com
graça – JND], temperada com sal,
para que saibais como vos convém responder a cada um”. Se andarmos com
sabedoria em nossa vida diária, teremos “oportunidades”
de compartilhar o evangelho com os perdidos (“os que estão de fora”). Andar “para
com” implica uma busca genuína de seu bem-estar. Isso abre as portas quando
as pessoas percebem que estamos genuinamente interessadas nelas. “Remindo o tempo” refere-se a libertar
o tempo livre (o significado de resgatar) em nossos horários ocupados para ser
usado no serviço ao Senhor. Paulo fala disso também em Efésios, mas em conexão
com uma esfera diferente (Ef 5:15-21). Colocando as duas referências juntas, vemos
que existem realmente apenas duas esferas de serviço em que devemos usar nosso
tempo:
- Remindo o tempo para ajudar as pessoas da comunidade Cristã (“vós” – Ef 5:19, 21).
- Remindo o tempo para ajudar os que estão fora da comunidade Cristã (“os que estão de fora” – Cl 4:5).
Esses versículos em Colossenses
4 têm a ver com alcançar os perdidos com o evangelho. É significativo que “orar” seja mencionado antes de alcançar “os que estão de fora”. Isso mostra que todo trabalho de
evangelização deve ser feito em clara dependência do Senhor.
“A vossa palavra seja sempre com graça,
temperada com sal” (AIBB) tem
a ver com a forma como nos aproximamos dos outros. Devemos sempre nos comportar
de maneira gentil, cortês e gentil em todas as nossas interações com os homens
do mundo. Isso vai funcionar para ganhá-los para Cristo. Mas nosso discurso
também deve ser “temperado com sal”.
Isso fala de fidelidade. Assim, devemos nos lembrar de ter uma palavra para a
consciência do incrédulo, para que eles possam perceber que eles têm que prestar contas com Deus,
e que eles precisam estar preparados para encontrá-Lo. As consciências dos
incrédulos precisam ser tocadas, mas cortaremos seus ouvidos se os “importunarmos”
o tempo todo. Paulo disse que nosso discurso deve ser temperado aqui e ali com uma palavra fiel às suas consciências.
Podemos ser excessivamente zelosos ao tentar salvar incrédulos e sermos
conhecidos por pressionar demais as consciências dos homens. Isso faz com que as
pessoas percam o interesse
e se afastem. Zelotes como este parecem pensar que este versículo diz: “A vossa palavra seja sempre salgada,
temperada com graça” No entanto, é bem o contrário. As Escrituras indicam
que é possível ter “zelo de Deus, mas
não com entendimento” (Rm 10:2). O zelo é bom, mas precisa ser guiado pelo
conhecimento e sabedoria. Paulo disse aos gálatas: “É bom ser zeloso, mas sempre do bem” (Gl 4:18). Ele acrescenta
aqui: “para que saibais como vos convém
responder a cada um”. Isso implica que, se andarmos em sabedoria para com
os que estão de fora, estimularemos o interesse deles e eles “pedirão” de nós “a razão da esperança que há em nós (1 Pe 3:15). Quando eles têm
esse espírito, podemos apontá-los
para Cristo.
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