Colossenses - O MISTÉRIO – Cristo em Vós, a Esperança da Glória
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sábado, 29 de dezembro de 2018
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quarta-feira, 21 de novembro de 2018
SAUDAÇÕES DE ENCERRAMENTO Capítulo 4:7-18
SAUDAÇÕES DE ENCERRAMENTO
Capítulo 4:7-18
As saudações finais que Paulo
anexa ao corpo da epístola apresentam um belo quadro da graça, da bondade e do
interesse mútuo que existirá no círculo Cristão quando os santos estiverem se
movendo de acordo com a verdade do Mistério. Eles ilustram as condições felizes
de comunhão entre os santos no corpo de Cristo enquanto eles se movem juntos.
Várias pessoas são mencionadas por vários motivos:
Vs. 7-8 – “Tíquico” (At 20:4; Ef 6:21; 2 Tm 4:12;
Tt 3:12) é mencionado primeiro. Foi ele quem levou a epístola aos colossenses.
Epafras poderia ter sido escolhido para fazer isso, sendo que ele era
colossense, mas como ele foi encarcerado com Paulo (Fm 23), não foi possível. Tíquico
também deveria trazer as notícias pessoais sobre o “estado” de Paulo em Roma. Ao mencionar isso, vemos que Paulo sabia
que os santos colossenses estariam interessados em seu bem-estar pessoal, mesmo
que não tivessem visto o rosto dele antes (cap. 2:1). Isso é Cristianismo
normal.
Não se fala muito de Tíquico
nas Escrituras, a não ser o que lemos nesta passagem. Paulo fala de três coisas dele aqui. Ele era “um irmão amado”. Ele era “um ministro fiel”, e ele era “um companheiro no Senhor”. Ter amor e
fidelidade combinados em uma pessoa é uma combinação rara. É um equilíbrio
ideal. Muitas vezes, quando os homens procuram ser fiéis, são inconscientemente
severos e rude. Eles tendem a manifestar pouca preocupação com a paz de espírito dos
santos. Por outro lado, aqueles que são distinguidos pelo amor podem ser corteses à custa da
fidelidade. Nenhum desses extremos caracterizou Tíquico; seu amor não impediu
sua fidelidade. Paulo acrescenta: “para
que saiba do vosso estado e console os vossos corações”. Isso não é se
intrometer nos assuntos alheios, mas a mostra de um genuíno cuidado e
preocupação pelos irmãos. Isso mostra como o amor Cristão se deleita em participar.
V. 9 – “Onésimo” foi um escravo que roubou seu senhor e fugiu. De alguma
forma ele cruzou caminhos com Paulo e a graça de Deus operou em seu coração e
ele foi salvo. (Veja na epístola de Paulo a Filemom a história toda.) Ele era
agora um “fiel e amado irmão” (TB) e
deveria ir com Tíquico a Colossos com a carta a Filemom. Fidelidade e amor pelas
quais ele foi distinguido são as mesmas duas coisas que foram ditas de Tíquico.
No entanto, nada é dito indicando que ele tenha ministrado a Palavra, como foi
o caso de Tíquico. Isto é provavelmente porque ele ainda era muito jovem na fé.
V. 10 – Os próximos três
homens foram convertidos do judaísmo – “a
circuncisão” (v. 11). Eles pediram que Paulo enviasse suas saudações aos colossenses.
O primeiro deles foi “Aristarco”.
Ele era um “macedônio de Tessalônica”,
que veio a Roma com Paulo na viagem memorável que sofreu naufrágio em Melita (At
27:2). A julgar pelo seu nome, ele provavelmente era um prosélito gentio do
judaísmo, mas tendo acreditado no evangelho, ele havia se convertido ao Cristianismo.
Como Tíquico, Aristarco tinha acompanhado Paulo em sua terceira viagem
missionária (At 19:29, 20:4) e foi usado pelo Senhor na pregação e ensino (Fm
24). Em algum momento, ele havia sido preso e encarcerado com Paulo. Assim,
Paulo o chama de “meu companheiro de
prisão” (TB).
“Marcos” (João Marcos – At 12:12), que era “sobrinho de Barnabé”, também enviou suas saudações. Doze anos
antes, ele havia se “apartado” de Paulo
e Barnabé em sua primeira viagem missionária (At 13:13; 15:38), mas tendo
recuperado a confiança do apóstolo, estava mais uma vez servindo com ele. Note
que Marcos não é dito ser um ministro fiel
como eram Tíquico, Onésimo e Epafras. Supomos que isso aconteceu porque ele
falhou em seu serviço com eles e desertou os apóstolos em Perge. Já que os
santos em Colossos provavelmente sabiam do falha de Marcos, Paulo queria que
eles soubessem que ele havia recuperado a confiança dos irmãos e mais uma vez
foi “muito útil” no ministério (2 Tm
4:11). Assim, Paulo recomendou-o aos colossenses para que o recebessem, se ele
fosse para eles. Apesar de ser um servo que havia falhado, Marcos foi levado
mais tarde a escrever o segundo evangelho que retrata o Senhor como o Servo
perfeito. Os “mandamentos [instruções – TB]” aos quais Paulo se
refere são os decretos apostólicos que foram dados aos crentes gentios (At
15:20, 29; 16:4, 21:25).
V. 11 – “Jesus, chamado Justo” também enviou suas saudações. Os santos o
chamavam de “Justo” em vez de Jesus,
porque eles evidentemente acreditavam que o nome de “Jesus” – que é o “nome que é
sobre todo o nome” (Fp 2:9) – deveria ser reservado para só o Senhor. Este
verso levou os irmãos a encorajar aqueles que receberam o nome Jesus por
nascimento a mudarem seu nome por outro quando eles são salvos.
Os irmãos citados acima eram
uma verdadeira “consolação” para
Paulo. A palavra grega traduzida como “consolação” aqui não é encontrada em nenhum
outro lugar nas Escrituras. Isso mostra que Paulo sentiu a perda de sua
liberdade e realmente sentiu falta da comunhão que ele havia desfrutado entre
os irmãos.
Vs. 12-13 – Paulo então envia
saudações de três crentes gentios que estavam com ele em Roma. O primeiro deles
é “Epafras”, que era colossense (“que é dos vossos”). Paulo chama
especial atenção para o fervor desse homem na oração. Ele era um ministro capacitado
da Palavra (cap. 1:7), e em geral acredita-se que foi por meio de seus
trabalhos que a assembleia colossense foi formada. Mas parece que seu maior
ministério foi o da oração. Ao estar em cativeiro com Paulo, ele foi separado
de seus irmãos locais, mas trabalhou em oração pela causa deles. Como
mencionado em nossas observações no capítulo 1:9, talvez o maior serviço que
podemos fazer pelos santos seja orar por eles.
Vemos do modo como Paulo fala
da oração aqui que definitivamente há um conflito espiritual envolvido. Ele diz
que Epafras estava “combatendo sempre [seriamente – JND] por vós em orações”. Na margem da KJV diz “esforçando”. (Veja também o capítulo 1:29-2:1 e Lc 22:44 na
Tradução JND). Há espíritos malignos “nos
lugares celestiais” – a esfera da atividade espiritual – (Ef 6:12) que
trabalham para impedir as orações dos santos (Dn 10:12-13). É por isso que precisamos
perseverar na oração (v. 2).
Epafras cuidou dos colossenses
com “grande zelo”. Assim, ele tinha
o coração de um pastor. O grande objetivo em suas orações era que os santos em
Colossos fossem “perfeitos e completos
em toda a vontade de Deus” (JND). Isto se refere aos santos sendo
estabelecidos na verdade do Mistério. Paulo orou para esse fim também (cap.
1:9). É triste dizer que, apesar das orações e trabalhos de Paulo e Epafras e
outros, os santos colossenses nunca alcançaram este objetivo. Em quatro ou
cinco anos, esses mesmos santos da província da Ásia se afastaram de Paulo e de
sua doutrina (2 Tm 1:15). Eles não se afastaram do Senhor. Eles permaneceram Cristãos,
pois desistir de sua confissão de serem crentes no Senhor Jesus Cristo seria
apostasia; isso nenhum Cristão verdadeiro fará. Mas eles não queriam mais ser
identificados com os ensinamentos de Paulo por causa da reprovação e da
perseguição relacionadas a ele (2 Tm 1:8, 16-18).
O zelo e cuidado de Epafras
não era apenas para seus irmãos locais em Colossos, mas também para “os que estão em Laodiceia (a 15
quilômetros de Colossos) e os de Hierápolis
(a 19 quilômetros de Colossos)”.
Ele sabia que a má doutrina “alastrará
como gangrena” (2 Tm 2:17 – AIBB), e essas assembleias vizinhas também estariam
sob o perigo do ensino místico.
V. 14 - “Lucas, o médico amado”, também enviou suas saudações.
Aparentemente, ele permaneceu com Paulo até o final da vida de Paulo (2 Tm 4:11).
“Demas” cumprimentou-os também. Mas nem uma palavra é dita sobre ele.
Paulo não diz que ele foi amado ou fiel, como ele afirma dos outros. Isso nos
faz pensar se ele estava se afastando em sua alma, e Paulo não tinha nada
louvável a dizer dele. Paulo fala de Demas da mesma forma em sua epístola a Filemon
que acompanhava essa epístola (Fm 24). Tudo o que sabemos é que, da próxima vez
que lemos sobre ele, Paulo diz: “Demas
me desamparou [abandonou – JND],
amando o presente século” (2 Tm 4:10).
Paulo não diz que Demas foi para o “presente
século mau”, uma expressão usada em sua epístola aos gálatas (Gl 1:4).
Isso não significa que Demas saiu e se tornou um devasso, mas que ele adotou
uma forma mundana na sua interpretação dos princípios Cristãos, e isso o levou
a seguir um caminho diferente daquele que Paulo percorreu.
Vs. 15-16 – Paulo desejou que
os colossenses passassem suas saudações à assembleia em Laodiceia, uma vez que
eles estavam próximos – e especialmente a Ninfas que tinham as reuniões da
assembleia em sua casa. Ele também queria que esta epístola fosse lida pela
assembleia de Laodiceia depois de ter sido lida pelos colossenses. E
vice-versa, ele desejava que a carta “que
veio de Laodicéia” fosse lida entre os colossenses porque a substância das
duas cartas era complementar. Por essa razão, muitos instrutores bíblicos
acreditam que a epístola que veio de Laodicéia era a epístola de Paulo aos
Efésios. Mas por que eles teriam a carta para os efésios? F.G. Patterson e
outros explicaram que desde que a epístola aos Efésios não foi dirigida à assembleia em si, mas sim aos “santos” naquela área, era uma carta
circular que deveria ser passada adiante – embora J. N. Darby observe que não
há muita base para apoiar a ideia. (Veja a nota de rodapé[1]
em sua Tradução de Efésios 1:1) Se os laodicenses tivessem prestado atenção à
verdade da epístola aos colossenses, ela os teria preservado do desmoronamento
espiritual naquela assembleia (Ap 3:14-21). Eles se degeneraram a um estado tão
baixo que, em vez de reterem a Cabeça da Igreja, eles O deixaram do lado de
fora de sua porta!
V. 17 – Antes de terminar a
epístola, Paulo dá uma palavra de encorajamento para “Arquipo”. Ele disse: “Atenta
para o ministério que recebeste no Senhor: para que o cumpras”. Supõe-se
que Arquipo era filho de Filemom e Afia já que é mencionado junto com eles em
sua casa (Fm 1-2). Parece que Arquipo era negligente em relação à obra que o
Senhor lhe havia dado a fazer e que ele precisava dessa palavra de
encorajamento. Hoje há muitos homens com dons e capazes na profissão Cristã que
precisam dessa mesma exortação. Em vez de usarem seu dom, eles estão dando
atenção às coisas terrenas e mundanas. Arquipo pode ter se cansado e acabou
ficando desanimado. De qualquer forma, se o Senhor nos deu algo para fazer por
Ele, devemos nos alegrar em fazê-lo (Gl 6:9; 1 Co 15:58). O Senhor nos deu
algum trabalho para fazer por Ele? Então vamos “atentar” para fazer isso.
V. 18 – Paulo encerra a
epístola, acrescentando: “Saudação de
minha mão, de Paulo” Este era um costume seu, uma vez que havia homens que
tinham forjado uma carta afirmando que era dele (2 Ts 2:2). Assinar a epístola
por sua própria mão deu-lhe autenticidade. Este era seu costume (1 Co 16:21; Gl
6:11; 2 Ts 3:17).
[1] N. do
T:. Nota de Rodapé da tradução de J. N. Darby em Efésios 1:1: “Talvez seja interessante mencionar que
embora ‘em Éfeso’ seja achado em quase todas as cópias, muitas autoridades têm
deixado isso de fora. Alguns, sem suficiente fundamento, a têm considerado como
um tipo de circular. Compare Colossenses 4:16”
Resumo da Parte Prática da Epístola Que Resulta na Demonstração de Cristo nos Santos
Resumo da Parte Prática da Epístola Que Resulta na Demonstração de
Cristo nos Santos
O que foi dito até aqui encerra a parte
principal da epístola. Se ela for seguida pelos santos com exercício moral, o
caráter de Cristo será visto em nós. Existem três links no desenvolvimento desta verdade:
- O QUE deve ser manifestado – o caráter de Cristo (cap. 3:12-15).
- COMO deve ser manifestado – por estar cheio de Cristo e Seus interesses em tudo o que falamos e fazemos (cap. 3:16-17).
- ONDE deve ser manifestado – em todas as esferas da vida do crente (caps. 3:18-4: 6).
Cristo Demonstrado na Propagação da Verdade no Mundo
Cristo Demonstrado na Propagação da Verdade no Mundo
Cap. 4:2-6 – Na seção
anterior as exortações eram para grupos específicos de indivíduos, mas agora elas
se ampliam para os crentes em geral. As exortações aqui têm a ver com o apoio
dos santos à divulgação da verdade por meio da oração e da conduta piedosa.
Eles são encorajados a orar pelas coisas em geral, e particularmente pelos
servos do Senhor em seu trabalho de comunicar a verdade, e também que os santos
manteriam um testemunho apropriado para com os perdidos.
Paulo diz: “Perseverai em oração, velando nela com
ação de graças” (v. 2). Muitas vezes oramos por algo, mas desistimos. Isto
não é bom. O Senhor ensinou que os homens devem “orar sempre, e nunca desfalecer” (Lc 18:1). Já foi dito que
precisamos orar tanto quanto precisamos respirar! A alma floresce na atmosfera
de oração, mas definha sem ela. Perseverar na oração não significa que devemos
insistir com Deus em relação a algo que queremos e persistir em pedir até que
Ele nos dê o que estamos pedindo. Isso manifesta um espírito não quebrado que
insiste em ter seu próprio caminho. Se essa é a nossa atitude, para nos ensinar
uma lição, Deus pode nos conceder o nosso pedido, mas enviar magreza às nossas
almas com ele (Sl 106:15). Tiago nos diz que, em todas as nossas orações,
devemos acrescentar: “Se o Senhor quiser”
(Tg 4:15; Mt 26:39). Isso manifesta um espírito de submissão à vontade divina e
um reconhecimento de que, em última análise, queremos a Sua vontade no assunto.
“Velando nela” é observar a resposta
do Senhor aos nossos pedidos de oração. Isso manifesta fé. Fazê-lo “com ação de graças” manifesta
confiança no Senhor. É dizer: “Qualquer coisa o que o Senhor der como resposta
(seja ‘sim’ ou ‘não’), sei que será o melhor para mim, por isso vou me
regozijar e dar graças mesmo antes de Ele fazer Seu pensamento conhecido”.
Como mencionado, mais especificamente,
Paulo desejou as orações dos santos pelo trabalho de divulgar a verdade. Ele
diz: “para que Deus nos abra a porta da
palavra, a fim de falarmos do Mistério de Cristo” (v. 3).
Vs. 5-6 – Quanto à sua
conduta, ele disse: “Andai com sabedoria
para com os que estão de fora, remindo o tempo. [oportunidades – JND] vossa
palavra seja sempre agradável [com
graça – JND], temperada com sal,
para que saibais como vos convém responder a cada um”. Se andarmos com
sabedoria em nossa vida diária, teremos “oportunidades”
de compartilhar o evangelho com os perdidos (“os que estão de fora”). Andar “para
com” implica uma busca genuína de seu bem-estar. Isso abre as portas quando
as pessoas percebem que estamos genuinamente interessadas nelas. “Remindo o tempo” refere-se a libertar
o tempo livre (o significado de resgatar) em nossos horários ocupados para ser
usado no serviço ao Senhor. Paulo fala disso também em Efésios, mas em conexão
com uma esfera diferente (Ef 5:15-21). Colocando as duas referências juntas, vemos
que existem realmente apenas duas esferas de serviço em que devemos usar nosso
tempo:
- Remindo o tempo para ajudar as pessoas da comunidade Cristã (“vós” – Ef 5:19, 21).
- Remindo o tempo para ajudar os que estão fora da comunidade Cristã (“os que estão de fora” – Cl 4:5).
Esses versículos em Colossenses
4 têm a ver com alcançar os perdidos com o evangelho. É significativo que “orar” seja mencionado antes de alcançar “os que estão de fora”. Isso mostra que todo trabalho de
evangelização deve ser feito em clara dependência do Senhor.
“A vossa palavra seja sempre com graça,
temperada com sal” (AIBB) tem
a ver com a forma como nos aproximamos dos outros. Devemos sempre nos comportar
de maneira gentil, cortês e gentil em todas as nossas interações com os homens
do mundo. Isso vai funcionar para ganhá-los para Cristo. Mas nosso discurso
também deve ser “temperado com sal”.
Isso fala de fidelidade. Assim, devemos nos lembrar de ter uma palavra para a
consciência do incrédulo, para que eles possam perceber que eles têm que prestar contas com Deus,
e que eles precisam estar preparados para encontrá-Lo. As consciências dos
incrédulos precisam ser tocadas, mas cortaremos seus ouvidos se os “importunarmos”
o tempo todo. Paulo disse que nosso discurso deve ser temperado aqui e ali com uma palavra fiel às suas consciências.
Podemos ser excessivamente zelosos ao tentar salvar incrédulos e sermos
conhecidos por pressionar demais as consciências dos homens. Isso faz com que as
pessoas percam o interesse
e se afastem. Zelotes como este parecem pensar que este versículo diz: “A vossa palavra seja sempre salgada,
temperada com graça” No entanto, é bem o contrário. As Escrituras indicam
que é possível ter “zelo de Deus, mas
não com entendimento” (Rm 10:2). O zelo é bom, mas precisa ser guiado pelo
conhecimento e sabedoria. Paulo disse aos gálatas: “É bom ser zeloso, mas sempre do bem” (Gl 4:18). Ele acrescenta
aqui: “para que saibais como vos convém
responder a cada um”. Isso implica que, se andarmos em sabedoria para com
os que estão de fora, estimularemos o interesse deles e eles “pedirão” de nós “a razão da esperança que há em nós (1 Pe 3:15). Quando eles têm
esse espírito, podemos apontá-los
para Cristo.
Mestres (cap. 4:1)
Mestres (cap. 4:1)
Por fim, Paulo se dirige aos senhores
Cristãos. Mais uma vez, não lemos sobre ele dizendo-lhes para cessar com o seu
envolvimento na escravidão. Em vez disso, ele os instrui sobre como se
comportar como senhores de uma maneira que honre a Deus. Eles deviam remunerar
seus servos com o que era de “justiça e
equidade” por seus serviços prestados. Os senhores deveriam estar
conscientes de que eles tinham um “Senhor
no céu” para Quem são responsáveis.
Vivendo no mundo ocidental
onde a escravidão tem sido abolida há muito tempo, podemos estar inclinados a
pensar que esta passagem não tem aplicação para nós hoje. No entanto, quando
somos empregados remunerados em alguma firma no local de trabalho, estamos, em
princípio, na mesma posição que esses servos Cristãos. Durante as horas de
nosso emprego em nossas ocupações, prestamos nossos serviços a várias firmas
por salários. Portanto, as orientações dadas aqui aos servidores têm uma
aplicação prática para nós quando estamos empregados no local de trabalho. Da
mesma forma, os empregadores que possuem uma empresa e têm funcionários, em
princípio, estão na posição de senhores, e devem administrar suas empresas de
uma maneira que honre o Senhor.
A história da Igreja revela
que essa orientação foi geralmente aceita pelos escravos Cristãos– a tal ponto
que era bem conhecido no mundo da escravidão que um escravo Cristão tinha um
preço mais alto no leilão. É um tributo à fé Cristã. Deve ser o mesmo hoje;
qualquer empregador que possa contratar um empregado Cristão deve ser grato,
porque o Cristão deve cuidar do negócio de seu patrão com a devida diligência e
tratá-lo como se fosse dele (Ef 6:5-8; 1 Pe 2:18).
Servos (Escravos)
Servos (Escravos)
Esses crentes eram escravos.
A escravidão é algo que Deus nunca pretendeu para o homem; foi introduzido por
homens perversos para propósitos
sem princípios É interessante e instrutivo ver que
em cada epístola de Paulo que trata desse assunto, ele não encoraja os crentes escravos
a fazer um esforço para se livrar de sua situação. Em vez disso, ele diz a eles
como se comportar em sua situação para que o testemunho da graça de Deus no
evangelho seja promovido. Isso porque o Cristianismo não é uma força para
corrigir injustiças sociais no mundo; esse não é o objetivo do evangelho.
Quando o Senhor veio em Sua primeira vinda, Ele não tentou reformar o mundo
retificando seus erros sociais e políticos. Ele fará tudo isso num dia
vindouro, quando intervier em juízo na Sua Aparição. Então toda coisa torta
neste mundo será corrigida (Is 40:3-5). Assim, os Cristãos não foram chamados
para acertar o mundo, mas para esperar pelo dia vindouro. Devemos deixar o
mundo como está e anunciar o evangelho que chama os homens do mundo para o céu.
Não há, portanto, nenhuma orientação nas epístolas para os Cristãos corrigirem
os erros da escravidão, ou qualquer outra injustiça social no mundo. Isto é
porque estamos “no” mundo, mas não somos
“do” mundo (Jo 17:14). O Senhor
disse que se o Seu reino fosse “deste
mundo”, então Seus servos lutariam nessas causas (Jo 18:36). Mas, como não
é esse o caso, devemos “deixar o caco se
esforçar com os cacos da Terra” (Is 45:9 – JND).
Paulo sabia como era
importante para os Cristãos manter um bom testemunho diante do mundo. Sua
grande preocupação para os servos Cristãos era que eles se comportassem de uma
maneira correta, de modo que “o nome de
Deus e a doutrina não sejam blasfemados” (1 Tm 6:1). Esses crentes escravos
não deveriam fugir (como Onésimo fez antes de ser salvo – Fm 15), mas
permanecer em sua posição de vida e glorificar a Deus diante de seus senhores
tratando-os com respeito genuíno, e não “servindo
só na aparência, como para agradar aos homens”. Se eles servissem com “em simplicidade de coração, temendo a Deus”,
isto prestaria um poderoso testemunho da realidade de sua fé em Cristo. Assim,
eles deveriam trabalhar para seus mestres “de
todo o coração, como ao Senhor”, pois, na realidade, eles estavam servindo “a Cristo, o Senhor”. Isso mostra que,
independentemente de onde um crente está em seu status social na sociedade, ele
ainda tem uma oportunidade. para testemunhar por Cristo. Nem todos podemos ser
missionários, mas todos podemos compartilhar o evangelho com aqueles a quem
interagimos em nossa vida diária e, assim, servir ao Senhor dessa maneira.
Para encorajar estes servos
nisso, Paulo lembra-lhes que o Senhor estava tomando nota de tudo o que eles
fizeram, e que Ele iria “galardoá-los”
num dia vindouro com a posse da “herança”.
Que inversão estava vindo para estes crentes escravos! Eles tinham bem poucos
bens neste mundo – eles não podiam possuir propriedade, etc. – mas eles estavam
destinados a serem co-herdeiros com Cristo sobre a herança de todas as coisas
criadas no universo!
Cristo Demonstrado no Local de Trabalho
Cristo Demonstrado no Local de Trabalho
Cap. 3:22-25 – A próxima
esfera de responsabilidade que Paulo aborda é o local de trabalho, onde os
servos e senhores têm seus respectivos papéis.
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