Servos (Escravos)
Esses crentes eram escravos.
A escravidão é algo que Deus nunca pretendeu para o homem; foi introduzido por
homens perversos para propósitos
sem princípios É interessante e instrutivo ver que
em cada epístola de Paulo que trata desse assunto, ele não encoraja os crentes escravos
a fazer um esforço para se livrar de sua situação. Em vez disso, ele diz a eles
como se comportar em sua situação para que o testemunho da graça de Deus no
evangelho seja promovido. Isso porque o Cristianismo não é uma força para
corrigir injustiças sociais no mundo; esse não é o objetivo do evangelho.
Quando o Senhor veio em Sua primeira vinda, Ele não tentou reformar o mundo
retificando seus erros sociais e políticos. Ele fará tudo isso num dia
vindouro, quando intervier em juízo na Sua Aparição. Então toda coisa torta
neste mundo será corrigida (Is 40:3-5). Assim, os Cristãos não foram chamados
para acertar o mundo, mas para esperar pelo dia vindouro. Devemos deixar o
mundo como está e anunciar o evangelho que chama os homens do mundo para o céu.
Não há, portanto, nenhuma orientação nas epístolas para os Cristãos corrigirem
os erros da escravidão, ou qualquer outra injustiça social no mundo. Isto é
porque estamos “no” mundo, mas não somos
“do” mundo (Jo 17:14). O Senhor
disse que se o Seu reino fosse “deste
mundo”, então Seus servos lutariam nessas causas (Jo 18:36). Mas, como não
é esse o caso, devemos “deixar o caco se
esforçar com os cacos da Terra” (Is 45:9 – JND).
Paulo sabia como era
importante para os Cristãos manter um bom testemunho diante do mundo. Sua
grande preocupação para os servos Cristãos era que eles se comportassem de uma
maneira correta, de modo que “o nome de
Deus e a doutrina não sejam blasfemados” (1 Tm 6:1). Esses crentes escravos
não deveriam fugir (como Onésimo fez antes de ser salvo – Fm 15), mas
permanecer em sua posição de vida e glorificar a Deus diante de seus senhores
tratando-os com respeito genuíno, e não “servindo
só na aparência, como para agradar aos homens”. Se eles servissem com “em simplicidade de coração, temendo a Deus”,
isto prestaria um poderoso testemunho da realidade de sua fé em Cristo. Assim,
eles deveriam trabalhar para seus mestres “de
todo o coração, como ao Senhor”, pois, na realidade, eles estavam servindo “a Cristo, o Senhor”. Isso mostra que,
independentemente de onde um crente está em seu status social na sociedade, ele
ainda tem uma oportunidade. para testemunhar por Cristo. Nem todos podemos ser
missionários, mas todos podemos compartilhar o evangelho com aqueles a quem
interagimos em nossa vida diária e, assim, servir ao Senhor dessa maneira.
Para encorajar estes servos
nisso, Paulo lembra-lhes que o Senhor estava tomando nota de tudo o que eles
fizeram, e que Ele iria “galardoá-los”
num dia vindouro com a posse da “herança”.
Que inversão estava vindo para estes crentes escravos! Eles tinham bem poucos
bens neste mundo – eles não podiam possuir propriedade, etc. – mas eles estavam
destinados a serem co-herdeiros com Cristo sobre a herança de todas as coisas
criadas no universo!
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