quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Servos (Escravos)


Servos (Escravos)

Esses crentes eram escravos. A escravidão é algo que Deus nunca pretendeu para o homem; foi introduzido por homens perversos para propósitos sem princípios É interessante e instrutivo ver que em cada epístola de Paulo que trata desse assunto, ele não encoraja os crentes escravos a fazer um esforço para se livrar de sua situação. Em vez disso, ele diz a eles como se comportar em sua situação para que o testemunho da graça de Deus no evangelho seja promovido. Isso porque o Cristianismo não é uma força para corrigir injustiças sociais no mundo; esse não é o objetivo do evangelho. Quando o Senhor veio em Sua primeira vinda, Ele não tentou reformar o mundo retificando seus erros sociais e políticos. Ele fará tudo isso num dia vindouro, quando intervier em juízo na Sua Aparição. Então toda coisa torta neste mundo será corrigida (Is 40:3-5). Assim, os Cristãos não foram chamados para acertar o mundo, mas para esperar pelo dia vindouro. Devemos deixar o mundo como está e anunciar o evangelho que chama os homens do mundo para o céu. Não há, portanto, nenhuma orientação nas epístolas para os Cristãos corrigirem os erros da escravidão, ou qualquer outra injustiça social no mundo. Isto é porque estamos “no” mundo, mas não somos “do” mundo (Jo 17:14). O Senhor disse que se o Seu reino fosse “deste mundo”, então Seus servos lutariam nessas causas (Jo 18:36). Mas, como não é esse o caso, devemos “deixar o caco se esforçar com os cacos da Terra” (Is 45:9 – JND).
Paulo sabia como era importante para os Cristãos manter um bom testemunho diante do mundo. Sua grande preocupação para os servos Cristãos era que eles se comportassem de uma maneira correta, de modo que “o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados” (1 Tm 6:1). Esses crentes escravos não deveriam fugir (como Onésimo fez antes de ser salvo – Fm 15), mas permanecer em sua posição de vida e glorificar a Deus diante de seus senhores tratando-os com respeito genuíno, e não “servindo só na aparência, como para agradar aos homens”. Se eles servissem com “em simplicidade de coração, temendo a Deus”, isto prestaria um poderoso testemunho da realidade de sua fé em Cristo. Assim, eles deveriam trabalhar para seus mestres “de todo o coração, como ao Senhor”, pois, na realidade, eles estavam servindo “a Cristo, o Senhor”. Isso mostra que, independentemente de onde um crente está em seu status social na sociedade, ele ainda tem uma oportunidade. para testemunhar por Cristo. Nem todos podemos ser missionários, mas todos podemos compartilhar o evangelho com aqueles a quem interagimos em nossa vida diária e, assim, servir ao Senhor dessa maneira.
Para encorajar estes servos nisso, Paulo lembra-lhes que o Senhor estava tomando nota de tudo o que eles fizeram, e que Ele iria “galardoá-los” num dia vindouro com a posse da “herança”. Que inversão estava vindo para estes crentes escravos! Eles tinham bem poucos bens neste mundo – eles não podiam possuir propriedade, etc. – mas eles estavam destinados a serem co-herdeiros com Cristo sobre a herança de todas as coisas criadas no universo!

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