quarta-feira, 21 de novembro de 2018

4) MISTICISMO ORIENTAL (vs. 18-19)


4) MISTICISMO ORIENTAL (vs. 18-19)

A quarta coisa que marcou esses falsos mestres foi o misticismo. Definimos o misticismo neste contexto como ensinamentos que supostamente têm significados ocultos e secretos, que quando entendidos, levam uma pessoa (supostamente) a um conhecimento e uma espiritualidade mais elevados. Essa linha de coisas visava confundir os santos com ideias baseadas em fantasias e romances que tinham aparência de ser algo realmente espiritual. Mas, na verdade, isso fez com que os santos olhassem para longe de Cristo para suas necessidades espirituais e impedissem seu progresso espiritual. Paulo, portanto, advertiu os colossenses: “Que ninguém fraudulentamente vos prive de vosso prêmio, fazendo sua própria vontade em humildade e culto a anjos, entrando em coisas que não viu, inchado vãmente pela mente de sua carne, e não retendo a Cabeça, de Quem todo o corpo, ministrado e unido pelas juntas e ligamentos, aumenta com o aumento de Deus” (JND). Paulo estava particularmente se referindo nestes versículos à pretensão de se ter um conhecimento espiritual mais alto do que aquele que os apóstolos tinham entregue aos santos. Uma vez que toda a verdade já havia sido exposta na revelação do Mistério (v. 3), as alegações desses instrutores eram falsas.
Para ajudar os colossenses a ver esses instrutores como eles realmente eram, Paulo expôs a maneira pela qual eles trabalhavam para conquistar a atenção das pessoas. Eles usaram um manto de “humildade” que deu a impressão de que eles eram verdadeiros servos de Deus. Humildade é uma virtude Cristã que deve marcar todos os crentes. O inimigo sabe disso e faz com que seus trabalhadores façam uma demonstração justa disso – mas com esses homens isso era apenas uma farsa. É triste dizer que a humildade falsa funciona como um encanto entre os Cristãos em geral. Quando as ideias dos falsos mestres são apresentadas com uma fraseologia espiritual de alta sonoridade, e atreladas com o que parece ser uma vida de santidade e humildade, os crentes não-estabelecidos são muitas vezes levados por elas.
A falsa humildade desses místicos envolvia a veneração de “anjos”. Mas ao se envolverem nessa prática, eles se expunham. Como essas criaturas não caídas não pecam, e fazem apenas a vontade de Deus, a mente de Deus nesta questão é conhecida pela recusa deles (dos anjos) ao culto (Ap 22:8-9). Assim, esses místicos estavam fazendo algo que Deus claramente não aprova. Eles estavam se intrometendo (esquadrinhando) em coisas invisíveis sobre as quais nada sabiam, e suas ideias eram mera imaginação e especulação. Além disso, “sua própria vontade em humildade e culto a anjos” é uma completa negação da ordem da nova criação que resultou da morte e ressurreição de Cristo. Como mencionado anteriormente, há agora uma nova raça de homens sob Sua liderança que está em uma posição que é superior à dos anjos. Por isso, no Cristianismo, os homens não são mais os seres inferiores. É, portanto, completamente fora de ordem para os Cristãos estar fazendo reverência a essas criaturas inferiores. Se os anjos são inferiores aos Cristãos, por que os Cristãos os cultuariam?
Sem dúvida, a marca característica do ensino místico são as expressões vagas e nebulosas com as quais as ideias são apresentadas. Aqueles que estão impressionados com tal ensinamento geralmente descartam sua imprecisão alegando ser uma verdade profunda. Mas Paulo disse que suas novas ideias realmente vieram da sua “mente carnal” estando “inchados”. Assim, por trás de sua demonstração de humildade estava o orgulho espiritual! Como afirmado na Introdução, uma pessoa será atraída para essa linha de coisas porque ele pode se distinguir como tendo conhecimento em coisas divinas que os outros não têm. Ele pode fascinar seus amigos com seus pensamentos de efeito, e isso ministra ao seu orgulho.
V. 19 – É triste dizer que o resultado desta fachada de pseudo-espiritualidade é que os santos se distraem com novidades e cessam de “reter a Cabeça”. Isto é, eles deixam de olhar para Cristo, sua Cabeça, para direção, orientação e nutrimento espiritual e passam a ocupar-se com coisas que, na verdade, os afastam d’Ele. Toda a verdadeira direção e sustento espiritual vem de Cristo, e devemos olhar para Ele por isso, mas nós os recebemos por meio das “juntas e ligamentos” do corpo, que são os membros que Ele usa para ministrar a verdade a nós (Ef 4:16). A comida espiritual não vem dos membros do corpo, mas do Senhor pelos membros do corpo. Ao suprir nossas necessidades espirituais deste modo, os membros são necessariamente interdependentes uns dos outros. O resultado deste ministério é que os santos estão “unidos” praticamente em amor e são edificados juntos “com o aumento de Deus”. O objetivo de todo ministério é que haveria um aumento nos santos que é de acordo com Deus. Nós não queremos um aumento na doutrina e conhecimento meramente, por mais importante que seja, mas um aumento que é de Deus. Este é o verdadeiro desenvolvimento espiritual.

O remédio

A palavra simples e direta de Paulo para os colossenses era não permitir que alguém os persuadisse nessa direção mística, porque os privaria de seu “prêmio [recompensa]” por fielmente manter a verdade. Se os colossenses fossem enganados por esta linha mística de ensino, e entrassem nisso, seu desenvolvimento espiritual seria impedido. A conclusão de Paulo, portanto, era que, uma vez que não era de Deus e só os atrapalharia, e eles não deveriam permitir “que ninguém” os persuadisse a aceitar essa linha de coisas. Eles tinham tudo o que precisavam para reter firmemente a Cabeça.


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