quarta-feira, 21 de novembro de 2018

O Efeito Prático de Estar Ressuscitado Com Cristo


O Efeito Prático de Estar Ressuscitado Com Cristo

Capítulo 3:1-4 – A contrapartida da identificação do crente com a morte de Cristo é a identificação do crente com a ressurreição de Cristo. Paulo aborda isso em seguida. No capítulo 2, ele mostrou que o efeito prático de nossa morte com Cristo nos desconecta do mundo do homem, da sabedoria do homem e da religião do homem. Ele agora mostra que o efeito prático de nossa identificação com a ressurreição de Cristo é nos associar com o mundo de Deus acima e com tudo o que está lá. Por isso, o capítulo 2:20-23 apresenta o lado negativo dessa grande verdade e o capítulo 3:1-4 dá o lado positivo. A grande diferença entre os dois é que, do lado positivo, temos um objeto diante de nós – Cristo.
Paulo diz: “Se (já que), ressuscitastes com Cristo [o Cristo – JND], buscai as coisas que são de cima, onde Cristo [o Cristo – JND] está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da Terra Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo [o Cristo – JND] em Deus”. Visto que é verdade que estamos identificados com Cristo em Sua ressurreição, devemos buscar as coisas que estão em Cristo nas alturas. Pode ser perguntado: “O que exatamente são ‘as coisas que são de cima’”? São as nossas bênçãos celestiais e privilégios que foram assegurados para nós pela morte, ressurreição e ascensão de Cristo. Em Cristo ressuscitado, fomos introduzidos em uma esfera de coisas totalmente nova que veio à existência por meio do Seu ser glorificado e assentado à destra de Deus. Essas coisas não existiam enquanto Cristo estava na Terra.
F. B. Hole explicou o que significa “pensai nas coisas que são de cima”. Ele disse: “Colocamos nossas mentes nas coisas do alto, não repousando em poltronas e entregando-nos a sonhos e imaginações místicas quanto às coisas que podem estar no céu, mas colocando nossa mente supremamente sobre Cristo e buscando em todas as coisas a promoção dos interesses do céu. O embaixador britânico em Paris coloca sua mente nas coisas britânicas buscando pelos interesses britânicos nas circunstâncias francesas, e não permanecendo sentando para tentar relembrar como é o cenário britânico” (Paul’s Epistles, vol. 2, pág. 105-106). Assim, o Cristão cuja mente está fixada nas coisas celestiais está ocupado na Terra perseguindo os interesses celestiais de Cristo. Essas coisas seriam: espalhando o evangelho, aprendendo e ensinando a verdade, pastoreando o povo de Deus, etc. A pessoa que está envolvida nisso tem colocado sua mente nas coisas de cima, porque esses interesses estão centrados em Cristo acima e têm seu objetivo final em Cristo acima.
É verdade que temos que suprir nossas necessidades temporais por meio de ocupação secular, mas não precisamos colocar nossas afeições nessas responsabilidades terrenas. O perigo para nós é sermos absorvidos pelas coisas terrenas. Daí vem a admoestação de Paulo para colocar nossa mente nas coisas de cima, e “não nas que são da Terra”. Ele acrescenta: “porque já estais mortos”. Ao dizer isso, Paulo não estava ensinando que o Cristão está morto para a natureza – isto é, para as coisas naturais desta criação. O crente está morto para o pecado e para o mundo, mas quando se trata de coisas naturais, Deus “abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos” (1 Tm 6:17). Portanto, são coisas carnais e mundanas na Terra para as quais o crente está morto, não coisas naturais.
Paulo então diz aos colossenses que eles não devem esperar que o mundo entenda sua busca pelas coisas celestiais, porque a vida do Cristão está “escondida com Cristo em Deus” (v. 3). De quem é esta vida escondida? Está escondida dos homens do mundo. Os homens deste mundo não entendem os Cristãos, no que diz respeito às nossas fontes e motivos internos. Eles não conseguem entender por que vivemos da maneira como vivemos e as coisas pelas quais vivemos – não faz sentido para eles. O homem incrédulo do mundo vive e se move e tem todos os seus pensamentos sobre as coisas temporais desta Terra; ele acha que todos deveriam fazer o que ele faz. Quando ele vê um Cristão “marchando ao ritmo de um tambor diferente”, é um total enigma para ele.
Ter uma vida oculta com Cristo no sentido em que Paulo fala aqui não significa que nos escondemos do mundo literalmente. Sequestrarmos a nós mesmos em nossas moradias e, como monges, vivermos uma vida isolada seria contraproducente para nosso testemunho Cristão. Pelo contrário, o povo de Deus deve ser “a luz do mundo” e como “uma cidade edificada sobre um monte” que “não se pode esconder” e, portanto, deve ser um testemunho claro e brilhante perante o mundo (Mt 5:14). O principal direcionamento desta epístola aos colossenses é fazer com que os santos se movam juntos na Terra de tal maneira que haja uma manifestação diante do mundo da verdade do Mistério, que é: “Cristo em vós, a esperança da glória” (cap. 1:27).
Paulo conclui dizendo: “Quando Cristo que é a nossa vida, Se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória” (v. 4). Ele traz isto para mostrar que há um dia se aproximando quando Cristo e a Igreja serão manifestados diante do mundo inteiro (2 Ts 1:10), e naquele tempo será revelado diante de todos o que a fé levou os crentes a fazerem. neste dia. A revelação daquele dia explicará para o que temos vivido neste dia (Jo 17:23). Da mesma forma, Paulo tinha apenas dois dias diante dele em sua vida e serviço: “dia de hoje” (At 20:26) e “aquele dia” (2 Tm 1:12, 18, 4:8). Ele viveu sua vida neste presente dia da graça em vista do dia da manifestação – e nós também devemos fazê-lo.

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