O Custo de Levar a Verdade aos Santos
V. 24 – Paulo então fala do
que lhe custou levar a verdade aos santos. Ele havia sido bombardeado com
perseguição, o que lhe causou muito sofrimento (At 9:16; 2 Co 11:23-27), e isso
o levou a estar “preso” em Roma (Cl
4:3, 18). Isso mostra que Satanás não fica em silêncio e deixa o evangelho ser
pregado e a verdade ensinada. Não, ele levanta oposição a isso. Podemos ter
certeza de que tudo o que for introduzido neste mundo concernente a Cristo,
Satanás se oporá a isso. Ele se opunha a Cristo quando estava aqui, e agora que
Cristo foi para o céu e formou Seu corpo para representá-Lo aqui embaixo,
Satanás se opõe a ele. Se ele não pode mais perseguir a Cristo, ele irá voltar
sua energia para perseguir Seu corpo. Isso pode ser visto na pergunta que o
Senhor perguntou a Paulo antes de ele se converter: “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” (At 9:4) Essa declaração
mostra que tocar nos membros do corpo de Cristo é tocar em Cristo, por causa da
união que existe entre a Cabeça e o corpo. Quando Saulo foi convertido, ele se
tornou o ministro-chefe dessa própria verdade e, naturalmente, suportou o peso
da perseguição dirigida aos santos. Satanás mirou o vaso que havia sido
especialmente levantado por Deus para revelar essa verdade.
Se sofrimento tivesse que ser
suportado para trazer a verdade aos santos, então Paulo estava feliz por sofrer
pela verdade. Ele disse: “Agora me
regozijo nos meus sofrimentos por vós” (TB). Ele explica que, na realidade,
foi o mesmo caráter de sofrimento que Cristo mesmo suportou em Sua vida quando em
Sua obra para reconciliar o homem a Deus (2 Co 5:19). O sofrimento de Paulo cumpriu
“o que falta das aflições de Cristo”
(TB). Isto é, quando o Senhor terminou Seu ministério e voltou para o céu, Ele
deixou para trás aqueles sofrimentos pela causa da verdade para os outros “cumprirem”. Assim, os sofrimentos de
Paulo foram realmente uma extensão dos sofrimentos de Cristo. Estes,
naturalmente, não eram os sofrimentos de martírio e de expiação de Cristo. Isso
era um tipo completamente diferente do tipo de sofrimento que os ascetas[1]
estavam defendendo. Eles estavam mortificando seus corpos “para a satisfação da carne” (cap. 2:23), enquanto Paulo estava
sofrendo em seu corpo pela causa do benefício espiritual do “corpo de Cristo”.
Revendo os exercícios de
Paulo como ministro, vemos que ele não apenas orou pelos santos (v. 9), e os ensinou
por palavras e ações (v. 28), mas também estava preparado para sofrer por eles (v. 24). Essas três
coisas devem andar juntas no ministério de cada servo. Uma questão desafiadora
que podemos nos perguntar é: “Estou preparado para sofrer pelos santos?”
[1] N. do T.: O
ascetismo ou asceticismo é uma filosofia de vida que
prega certas práticas de mortificação própria, rituais, ou uma
severa renúncia aos prazeres
mundanos e na austeridade visando
o desenvolvimento espiritual, como,
por exemplo, a Ioga.
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